ÁGUAS PROFUNDAS! (155)
Lentamente, pela margem do rio do destino, ando,
Absorta o vejo, descer devagarinho, manso,
Suas águas profundas e escuras, como um manto,
Me atraem e a elas, quase me lanço...
Louca, penso ver-te, a me chamar,
E o rio que passa, minhas lágrimas, a rolar,
A aragem fria, que me paralisa, me envolve,
Te arrasta, para longe de mim, foge...
Há pegadas na areia, solitária as sigo,
Vejo o quanto é extenso, este novo caminho,
Sinto que ao ver-te novamente, estarei fortalecida,
Pisei nas marcas de um anjo, que me devolveu a vida...
E, se o amor me esperar numa curva da estrada,
O trarei para passear comigo, numa noite enluarada,
Nossos pés ficarão tatuados, na areia fina,
Paralelos, d’um casal, que de mãos entrelaçadas... Caminha...