Outro dia
Que falta faz
aqueles dias regados a poesia.
A lira da vida
ou mesmo o zumbido no ouvido.
Outro dia, eu lembrei
de quando a gente podia ser feliz,
brincando de marinheiro e correndo o mundo pelo olho de Deus.
A gente era criador
e nada de dor existia.
Eu me vestia de vida,
você era a coisa mais linda
que eu tinha vontade de ter.
Depois você era
o dia e eu era a noite
e a gente não mais se via...
E a vida sorria, ria, ia...
A gente inventava outra metáfora:
Você, a mais brilhante estrela;
Eu, o seu carrossel mais próximo.
Nada de morte para nos separar.
Eu era a planta, você, raiz.
Eu era o sol, você, minha energia.
A gente fugia da vida
para dentro da história,
A gente corria o mundo
daqui de fora
Que falta faz
o seu apelo de não querer crescer
tão cedo...
A nossa poesia
e quando a gente gemia de medo da luz apagada do quarto.
Naquele espaço, eu era o herói,
você, minha heroína;
Eu era a valentia,
Você, a minha empatia.
Eu sorria do medo
Você me soprava segredos.
Eu ruia de nervoso,
Você me dava sua aspirina.
Faz falta,
Um bom papo de poesia
como aquele que eu tinha
com a minha inocência infância!
A gente de fantasia de aprendiz
Enquanto a vida dizia: vai, por aí, descobre-te!
Vai correndo desfrutar da vida criativa,
Porque o tempo passa tão logo,
Rápido como a euforia...
Marcus Vinicius