João sem o braço
Quem não se lembra do João sem o braço
Muito meigo, muito amoroso, queria dar um abraço.
Em quem, ele pensava,
Como tocar uma pessoa, se não tem o braço.
Um só pedacinho
E dizer meu benzinho.
Tudo ok, tudo bom, não sou o mané
Mas quero lhe fazer um cafuné.
Queria ser um garanhão
Para ser chamado de “gavião”.
O tempo passou
João aprendeu
Ser somente ele, sem o braço.
Pensou: de tudo eu faço.
Sou perfeito, sou humano
Talvez no próximo ano
Serei feliz,
Tenho bom o nariz.
Sou eu, o João sem o braço
Fico vendo de meu terraço
A vida, a estrada e tudo de bom.