O amor e o tempo
Minhas palavras não são tuas,
Mas quando me lês decifras que sou,
Perdido no passado-presente,
Desconheço por vezes meu próprio sentir.
Certamente o tempo não nos foi favorável,
Não era o momento, me apagaste ou não acendesse,
Continuei a ser luz, acendi em outros caminhos,
Tempo passado, passado tempo, eu nu de mim.
Algumas frustrações te fecharam os olhos,
Outras tantas te taparam os ouvidos,
Não me visse, nem a minha voz ouvisse,
Não era loucura, eramos eu e meu silêncio ensurdecedor.
O amor que bateu a tua porta passou,
Eu também passei e assim nasceu o desamar
Nós amamos um tempo, desamamos noutro,
Desamamos um tempo e aprendemos a amar o desamado.
Mas o tempo passa e nós também passamos,
Amamos hoje e ontem, mas amanhã desaprendemos o amor
A cada relação intrínseca a nós ressignificamos o amor
E assim ele nunca morre, nem deixamos de amar.