A angústia
Uma fúria, um dilema
Ela chega de mansinho
Exala-se como vírus
A sensação não é de carinho
Quisera ser leve
E não ter nenhum problema
E mesmo que seja breve
Gostaria que não virasse um dilema
Aperta o peito
Dor que não tem fim
Ainda que o tempo passe
Continua o desrespeito
Mesmo rezendo para senhor do Bonfim
Para muitos é estranho
Quase ninguém entende
E mesmo que sem ganho
A noite ela se estende
Feito veneno na alma
Enjaula como prisão
Suplica por compaixão
Espantando toda a calma
Com ela serão da noite
Não fecha os olhos por um segundo
É como se a vida fosse
Criando um submundo
Esperança de sua partida
A qualquer hora e qualquer dia
Querendo ter felicidade
Superando essa dificuldade
Há o dia que vai desaparecer
Nem que seja ao entardecer
Feliz dos que não a possuem
Deixando que as coisas fluem
Minha vida, meu amor
Suplico para o Redentor
E mesmo que transforme em ferida
O sonho é com sua despedida
Dia que há de chegar
Podendo assim viver a vida
E a calma virá ao coração
Mesmo que jamais seja entendia
Neste dia se abrirá o portão
E haverá uma nova saída
Restando apenas o perdão
Com a alma engrandecida.