Asas
Dê-me asas para um voo alto
Subir ao cume dos montes
Olhar de cima o verde das matas desvirginadas
Insistentes em manter a beleza da criação.
Dê-me asas para um voo longo
Em que eu possa plainar sobre os rios cheios
Ou sobre o leito seco daquele rio esquecido
Mas ainda insistente em renascer com as chuvas
Dê-me asas para um voo solo
Para que eu aproveite a corrente do vento
Na leveza do ar quente a embalar meus sonhos
Soltando-me de amarras que me prendem ao chão
Dê-me asas para um voo distante
Ao enfrentar fortes ventos e tempestades
Alcançando alturas em que reina a paz
E nuvens brancas a proteger o povo andante.