O burrinho
O burrinho passa na estrada cabeça baixa, orelhas murchas,
Com seus passinhos ligeiros!
Ele é sabedor do caminho, o mesmo de todos os dias
E talvez, de toda a sua vida!
O tempo das aguas já é passado, e a paisagem,
Não e uma das mais belas!
O sol, que não se importa com as dores nos seres,
Bebeu as aguas dos riachos,
E consumiu, o que ali, havia vestido de verde!
O que restou no caminho do burrinho,
São pedras, árvores mortas e terra seca,
Mas ele não si incomoda com a paisagem,
Se morta, se viva!
Segue sobre a terra, sobre as pedras quentes
Sobre as flores mortas.
Carregando no seu dorso, vivas e mortas cargas.
E sobre o seu lombo, vai um Homem,
Ele tem nas mãos um chicote
Que gira, de quando em quando
E desce nas ancas do pequeno burrinho.
O animal contrai-se um pouco, murcha ainda mais as orelhas
E apressa o passo.
Vestido de farrapos, sobre a sua cabeça
Um resto, do que um dia fora um chapéu
Traz na indumentária a figura de um espantalho
Seus olhos vermelhos expressam as agruras embriagadas
Na acidez das horas secas.
É duro no trato e ríspido no falar.
Não é difícil aceitar a inversão, que veio no fio de minha ótica,
Pela a triste cena exposta, nesse quadro de coisas mortas!
Sobre as cinzas dos bons sentimentos esquecidos,
Onde o Homem, apresenta-se desprovido de bondade
E o ser irracional, aparece mais humano.