O primeiro como o último dia
O tempo passa
Assim como as minhas poesias
E se repete
Assim como a minha melancolia
Que o primeiro dia
É sempre o último
Caída
A folha do calendário
Renasce um suspiro
E vive um sol inteiro
Até dormir com as estrelas
O último dia de um ano
É o primeiro de um sonho
De um desejo que parece impessoal
Interminável
Mas é apenas a alma
Incandescente
Queimando o seu vazio
Nos fazendo crer em suas promessas
Que viver é um maravilhoso vício
Os relógios enquadram o fluxo do tempo
Os ponteiros imitam sua conta exata
Assim como os dedos pequenos
E os pés paternos
Que queimam juntos, nas mesmas brasas
Eu não fiz jejum
Não prometi
Não aguardo
Luto contra minha ansiedade, com as mãos pesadas
E vivo hoje como o agora
30 vidas passadas
e quantas mais??