De onde vem a inspiração?

Será dos olhos entediados apreciando o nada, excelência do vazio olhar espreitando o horizonte no campo de mata densa e verde, estendido no limite que pode alcançar em visagem;

será que vem da imagem bêbada dos prédios inclinando-se na paisagem urbana da cidade caótica, dura e cinza como me é apresentada daqui do alto da praça do cruzeiro;

será da incoerência da nossa (in)existência fria, insensata e sombria;

ou do perfume doce e enjoativo exalado pelas flores ao amanhecer;

será das conversas aparentemente sem sentido com pessoas que você gosta e sente falta, mas que há muito tempo não vê;

será mesmo necessária qualquer inspiração repentina... Se tudo que metralha a mente não consente a racionalidade e ao menos ecoa qualquer sentido que vislumbre a razão.

Não há nada de racional aqui.

Apenas elucubração.