TECEDURA DO POEMA

TECEDURA DO POEMA

Acordo e vejo versos

que se formam na paisagem amanhecida,

envoltos pela alegria

silvestre das flores perfumadas.

Mesmo sonolento,

nao me nego a poesia, que me desperta

convencida de que estou

sempre receptivo a exercer o labor

da linguagem poética

inspirada. Cabe-me como poeta, então,

ver a poesia:

na abelha que colhe o néctar na flor;

no orvalho,

que já seca na planta exposta ao sol;

no vento, que ainda

fresco, não leva o morno calor

às sombras

das árvores frondosas a espera do sol.

Enquanto o poema

vai sendo tecido, pelos versos

que se formam

na paisagem alvorecida,

operárias formigas

transportam pequenas folhas

cortadas ao interior

do formigueiro; uma cobra, aquecendo-se

no sol, abocanha um lagarto,

traído pela própria vigilância distraída;

e um pássaro

escapa da gaiola do passarinheiro.

Na paisagem natural,

os versos agora, parecem sumir, por breve

instante, entre as nuvens

brancas; mas como as nuvens, tanto

se desmancham,

como se deslocam, eles logo reaparecem

sorridentes;

e me dizem alegres, que me trazem,

todos os dias,

das almas boas que moram nos céus,

novos e edificantes versos

que compõem cada poema que escrevo.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 29/12/2018
Código do texto: T6538399
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.