NADA É (FOI) EM VÃO

NADA É (FOI) EM VÃO

Não por onde, sei
De tudo o quase que foi - quase que nunca tudo,
fluiu, fremiu, fulgiu, fundiu e ao fim, fugiu
e vestiu-se em versos, pois
visto que sim,
'té mesmo por saber em si, ser algo
(adiante ou radiante)
em palavras & pensamentos
valeu a pena, mesmo, valeu
valendo o acaso daquele momento
- de tudo o que fora -
d'um tempo sem qualquer arrependimento.
 

Do que se explicar (?)
se o incrível é ininteligível
deveras dúvidas, incompreensível, 
... e s'eu só tenho mais que somente, pensar (lembrar)
e no meu íntimo gosto me manifestar,
por dentro e talvez pra fora.


E nada mais,
porque o mais não precisa de nada pra s'explicar
eis que o nada é tudo (de tudo o dito que foi)
e o que foi 'conteceu (valeu)
sem abstração
soma e não subtração
trás pra frente, frente pra trás – in rotas seguidas de antemão, 
idas e vindas - voltas
e nada demais, 
pois nada é (ou foi) em vão.

(fim)


'No abstrato, eu me enxergo em nós'. 

OBS: poesia que inscrevi no XII Concurso de Poesia da OAB/SP.