De poetas e viventes

Há aqueles que vivem,

há aqueles que escrevem...

Há os que encerram o momento em si mesmo

e do que experimentam nada dizem.

Há os que poetizam a esmo

e ao que poetizam nada devem.

Há, porém, aqueles que expandem

em verso e prosa o que fruem

e as vivências mais ricas se fazem

à medida que as palavras fluem.

Mas há um tipo raro de indivíduo

que, sem trair a letra que imprime,

emprega coragem e esforço assíduo

para viver aquilo que exprime.

Tu que vives, poetiza!

Para que eternos sejam teus momentos.

Tu que não te comprometes, cala!

Para não ser leviano com os sentimentos.

Ah, tu que cantas a vida...

minh'alma se enleva com tua expressão!

Ah, tu que te dedicas à tua verdade...

a ti meu querer e admiração!