O vento
Eu te escrevi em mim
E como tatuagem ficaste em meu corpo,
Nos caminhos que cruzei, estivesse comigo,
Mas a tinta que contornava teu rosto estava a se apagar.
Numa decadência minha,
Expus meu corpo ao sol,
Pois achei que se me mantivesse seco,
Permanecerias em mim, ainda que em silêncio.
Eu procurei falar teu idioma,
Mas não cabia em mim a frieza,
E meu coração não sabe as razões de te querer,
Talvez ter calma seja uma solução para mim.
Nas palavras-mudas que desenham teu timbre,
Há um silêncio que grita o contrário do que dizes
Deveras ser o meu apoio emocional,
Mas o cansaço me alcançou e tu já não há em meu corpo.
Há apenas vestígios de tinta,
Um rosto mancha e minhas lembranças
Que não são mais minhas, nem suas
O vento se encarregou de nos apagar.