ABUSO DE RIMAS II
Quero rimar jardim com capim
Vilarejo com azulejo
Amor com rancor
Paixão com coração.
Abuso da rima porque ela prima
Pela beleza,
É a luz acesa no túnel sem fim.
É parte de mim
É cinzel com pincel,
Ditadura com semeadura.
Abuso da rima porque lá de cima
É ela que nos conduz,
A enxergar a luz
O futuro e o passado,
A vida do outro lado
O rumo fora do prumo.
A conjectura e a insensatez
É a loucura da embriaguez,
E só depois vem a ressaca
De quem pôs o pé na jaca
E agora chupa abacaxi.
Pode estar longe ou aqui
Mas vai sentir bem na carne
A dor que no peito arde
E que lhe põe a chorar
De tanto que tenta rimar.