Delírios
Eu percorri por mil quilômetros até te encontrar,
Meus pés suportaram espinhos,
Meu corpo, a angústia, as mudanças no tempo
E eu permaneci nu dos meus sentidos.
Eu te admirei por mil anos,
Mas a minha mente envelheceu e perdi a vista,
Era a tua voz que eu amava ouvir, perdi a audição,
Agora a maciez das tuas mãos me fazem sentir vivo.
Eu te esperei por oito mil anos,
Mas foi insuficiente, porque ainda não chegaste,
E esses delírios estão cada vez mais frequentes,
Onde está o teu corpo agora, se não no meu?
Estamos perdido no tempo,
Sem saber até onde iremos chegar,
Se é que chegaremos ao nada para o qual corremos,
Deixa eu abrir os olhos, preciso respirar.