COLAGEM DE RETALHO
COLAGEM DE RETALHO
Quando sair-te de mim
Me deixando a deriva
Nesta noite chuvosa
Fria, nua...
Não conseguir pular
Desta cama vazia
O cheiro denso da solidão
Impregna todo leito
Oco e silenciado.
Me perdi de mim mesmo
Como um drogado
Sorrindo pro espelho
Sem prateia.
Agora somos dois estranhos
Que trafegam silenciosos
Entre a multidão indiferente.
Restaram as colagens
De retalhos amputados
Que sentem a tua falta.
Psar Martins
Belém, 20-04-09.