COLAGEM DE RETALHO

COLAGEM DE RETALHO

Quando sair-te de mim

Me deixando a deriva

Nesta noite chuvosa

Fria, nua...

Não conseguir pular

Desta cama vazia

O cheiro denso da solidão

Impregna todo leito

Oco e silenciado.

Me perdi de mim mesmo

Como um drogado

Sorrindo pro espelho

Sem prateia.

Agora somos dois estranhos

Que trafegam silenciosos

Entre a multidão indiferente.

Restaram as colagens

De retalhos amputados

Que sentem a tua falta.

Psar Martins

Belém, 20-04-09.

augustopoeta
Enviado por augustopoeta em 21/12/2018
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