EPÍLOGO

EPÍLOGO

Tive por segundos!

Meu infausto miocárdio

Na palma de minhas mãos tremulas

E parecia querer alçar voo.

E por segundos!

Meus olhos ficaram as escuras

Em uma tormenta atlântica.

Meu corpo em pânico!

E meu ser, em segundos!

Tão frio como a copa superficial de um iceberg

Que agiganta-se!

Para o fundo de mim

E prestes a chocar-se com um Titanic

Desavisado e confiante.

E em segundos!

Não fiz outra coisa, a não ser?

Abrir as minhas asas o máximo

Que elas podiam se abrir

E as ergui!

E saltei do alto do penhasco dos meus medos

E planei! Ícaramente planei!

Contemplando assim, o limiar do firmamento.

E silenciosamente fui pousando

Sobre o paladar oscular da flor esplendorosa

Que afanei!

Raymund Hazull.

Terra Firme, 21-12-18.

augustopoeta
Enviado por augustopoeta em 21/12/2018
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