Joana D’ arc
Sobressaltado pela brisa da violência/
Estático ouvi quieto sussurrarem ao vento/
O meu nome/
Em plena feira, entre os gritos dos vendedores/
Aves do lixo voando ao pegado/
Improviso de bancas com vendas sinistras/
Municiadas por vegetais mortos e outras substâncias/
Sob a sombra de um sobre sol,
Você …
Uma antiga amiga.
Com o sorriso radiante na face semi morta,
Cabelos de fogo e uma tatuagem/
Indicando o coquetel do modismo e a sofrencia da vida exposta/
Em segundos falou-me da dor da perda/
Um filho morto por encapuzados/
Maculando de vez aquela sua antiga pureza/
Falseei no verbo a luz dos tempos atrás/
Um voo de mundos, onde a infância era romântica/
Vi você, aquela menina, com cabelos loiros encaracolados/
De um jeito, tímido, natural da nossa cidade/
Como a sonhar, me deparei com um pesadelo/
Aquela era a realidade e a instabilidade da vida/
Te olhei nos olhos e com o silencio do coração/
Perguntei onde esteve você/
O que o mundo te fez/
Qual a razão/
Ao redor a situação explicava/
Tão sofrida imagem, num retrato esmaecido/
Que as respostas…
Ficaram num abraço de despedida e na certeza de nunca mais voltar a te ver/
Calando as minhas incógnitas/
Guardando no peito a tua última imagem/