Menino do pretérito
Sentava sozinho
com o violão no corredor frio
imaginava o tamanho
do mundo.
Escorava na janela
enquanto chorava a serra
que amenizasse a dor
que batia lá no fundo.
Deitava no telhado
à noite, pra se perder
na imensidão do espaço
pra vida um pouco esquecer.
Subia o morro à pé
mas não como quem tem fé,
no meio da subida
morava,
e quando a terminava
meditava.
Um dia desceu
ia atrás desse tanto
de mundo que ainda não conheceu.
Não tinha data
pra voltar.