Inventor de nadas

Tenta inventar a roda,

Talvez funcione. Pinta um

Quadro e chama-o Mo-

nalisa, novidade. Faça o

Novo, teu velho sonho.

Cria uma cidade, constrói

Em cima da terra uma

História, a tua. Vai,

Completa o arsenal de

Teus versos, compõe

A canção que te sobra.

Promete, mas não esqueça,

Não cumpra. Está feito,

A obra completa-se a si

Mesma, sem tuas mãos

Para tocá-la, teus escru-

tínios insensíveis. Numa

Época em que sabia de

Tudo, aprendeu a duvidar.

Hoje, depois de acalentar

Teu medo, olha para o

Tempo e desconfia, a chuva

Não vem. Esquece por

Um instante, então volta

A lembrar, a mágica não

É real. Estava perdido na

Noite, sob uma chuva fina,

Quando nada aconteceu.

Esse fato te marcou pra

Sempre, daí a poesia, o

Inútil verso, sem medo, sem

Culpa, só a fome de dizer:

João Barros
Enviado por João Barros em 18/12/2018
Código do texto: T6530205
Classificação de conteúdo: seguro