SOLIDÃO COMO CONDIÇÃO

Minha selvageria contida, meu ardor apagado

Jazem em lágrimas secas

Fui interditado por ser triste...

Mas ficou um gosto de reverberação

Uma centelha de verdade...

Numa atemporalidade, num aceno da janela

Sou tão só ao meu meio

E tão feliz nessa condição

Que esqueci de reclamar e ser indigente

Foste meu princípio da dor menos volúvel

Talvez aí eu te convidasse ao meu banquete

Já frio e incolor

Somos então jovens calcados em obras maiores

Jactantes na maioria

E podres na totalidade...

Convincente seria meu argumento caso fosse o único

Mas tantos vieram antes e outros virão ad nauseam

Solitários e descabidos

Contrários e acertados

Numa corrente de opiniões pouco cética e muito casta

Foste eu mais célebre a questionaria...

Contudo minha solidão me faz puro.

Caio Braga
Enviado por Caio Braga em 18/12/2018
Reeditado em 18/12/2018
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