SOLIDÃO COMO CONDIÇÃO
Minha selvageria contida, meu ardor apagado
Jazem em lágrimas secas
Fui interditado por ser triste...
Mas ficou um gosto de reverberação
Uma centelha de verdade...
Numa atemporalidade, num aceno da janela
Sou tão só ao meu meio
E tão feliz nessa condição
Que esqueci de reclamar e ser indigente
Foste meu princípio da dor menos volúvel
Talvez aí eu te convidasse ao meu banquete
Já frio e incolor
Somos então jovens calcados em obras maiores
Jactantes na maioria
E podres na totalidade...
Convincente seria meu argumento caso fosse o único
Mas tantos vieram antes e outros virão ad nauseam
Solitários e descabidos
Contrários e acertados
Numa corrente de opiniões pouco cética e muito casta
Foste eu mais célebre a questionaria...
Contudo minha solidão me faz puro.