RIO SECO

Quando a gente para

Para escutar os carros

Pela rua e não sabe

Como as nuvens se formam

Se fosse simples talvez

Fizesse mais sentido

De quando em quando

Me descubro paralisado

Ante a cena de um

Filme ruim

Talvez com pena de

Quem o fez e nem percebeu

A miséria que era

Mas se alguém parar

Pelo menos um segundo

Para ler o que escrevo

Também sentirá

Irremediável pena de

Palavras tão vazias de sentido

Pouco me importam

Os teus sonhos e

A minha crescente solidão

Sou sozinho e vazio

Como um rio seco

Onde ninguém passa

João Barros
Enviado por João Barros em 17/12/2018
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