Seguir o tempo
O tempo bateu nas portas do meu coração,
Eu, desajeitado que sou, mirei o passado,
Vi meus olhos adentrarem por tudo o que vivi,
Tentei fechar a porta, mas era tarde.
Eu andando ao meu lado, vendo detalhes perdidos,
O tempo ao meu lado, abrindo meus olhos
Coisas das quais não queria lembrar
Rasgando a minha pele e refazendo feridas cicatrizadas.
O tempo, maldito, mostrou-me que já soube o que é amar,
Que fora, em outrora, um adulto imaturo
Que só sabia amar e foi amado, ah tempo
Se tu soubesses dos danos que causas,
Permitirias que eu voltasse.
Os cacos de mim que se perderam por onde andei,
Agora ferem minhas verdades, minhas vontades
Tudo sangra, persistir torna-se doloroso
Por ande andas, Tempo? Não posso andar sozinho agora.
Ajuda-me a voltar ao ponto de partida,
Eu preciso respirar o presente e não perceber o passado,
Anular essa vontade de sentir o que em mim adormeceu,
Vou juntar os cacos das dores que estão em meu peito,
Eu preciso reorganizar essas feridas, curativar o tempo
E seguir... Seguir, sem medo de ser feliz.