Pássaros Selvagens
Sob profundos beijos/
Os olhos levaram-me a te envolver/
As mãos a te esculpir o corpo, enquanto ardia de desejos/
Em alta febre pude sentir todo o calor, que a tua alma produzia/
Na escassez da sanidade, a mente/
Só enxergavam o teu corpo nu/
E quanto mais eu vivia/
Repartia com você/
E bebia o cio do prazer/
Suávamos e nos aprofundávamos num pecado/
Cujas horas inconsequentes instigavam/
Sem qualquer pesar de culpa/
Alí naquele quarto de silêncio/
Além de excitados, entre o desejo insano da curiosidade e as tuas roupas soltas/
Completamente minha, a gemer, a tremer e a suar/
Bêbeda de insensatez e delírio/
Num ato de imaturidade/
Mesmo pedindo-me dentro de ti/
Agatanhando-me e mordendo a carne/
Balbuciavas-me inconsciente:
- Por favor, não quero ficar contigo, por esse ato de amor insano/
No subterfúgio da consciência inocente/
Dei-me conta de que aquele passo em falso/
Não vinha do amor/
Um sexo selvagem, embora prevenido, era de fato, a descoberta juvenil/
Vi lucidamente, o mundo ao meu redor/
Aquele corpo moreno, ainda intacto/
A própria perfeição, em suas formas/
Seios rijos, apimentados com fogo e mel/
E uma boca, cujo veneno à solta, escorria sem qualquer desfeita/
Uma mistura, tribalhista…Meio negro, meio índio/
Persuadido em meu leito, a pulsar vivo entre o gozo e a desgraça/
Me fez pensar, que a vida vai muito além da paixão/
E mesmo, que tudo conspirasse a favor da ilusão/
Menino moço, ainda/
Tive forças pra te negar o coração/