Intrínseco

Um corpo não faz sentido sem uma alma,

Mãos não sabem tatear, se não ha um corpo,

Pés não reconhecem o caminho se tu não há

Olhos não enxergam se teu rosto não se vê.

Anular o que se é na esperança de não se reconhecer,

Terceirizar os versos para que sejam lidos com novos olhos,

Esconder-se atrás das palavras e esperar

Que alguém as decifre a qualquer custo.

Desistir e assumir o sentir, primeirizar o que se havia perdido,

Eu não sei ser olhado de fora, extrinsecamente,

Sou inteiro, intenso, intrínseco, vivo

E meus caminhos só fazem sentido ao te ver.

Por vezes eu não houve, razão não houve

Quisera ser isento do sentir mas sinto,

Te sinto nos detalhes dessas palavras que acabo por abortar,

Te vejo dentro de mim, fazendo uma bagunça que eu não mereço sentir.

Gilson Azevedo
Enviado por Gilson Azevedo em 15/12/2018
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