Porta Fechada
Depois de um ou duas dobrada em trouxa
Soltando labaredas pela boca frouxa
Vomitando a leviandade entre as marcas coxas
Na fornalha de cetim, paredes velhas, cortinas roxas.
Encontrará aqui minha porta fechada
Fechada às cegas na embriaguez.
Em distração mera apaixonada
Deixando fora mais uma vez.
E segurando tua mão direita
Como mordida lacraia à espreita
Envenenada morta enquanto deita
Desgraça vil, tristeza feita.
Vejo-te preso do lado de fora
Empurrado grosso na minha cólera
Lutando contra minha resignação
Gritando: Não! Não vá embora!