Epílogo
Não me tentes se não me conheces.
Sabeis apenas que sou humana e terna para com os que demonstram empatia.
E em perene angústia por me sondares,
Temo revelar meus recônditos lugares,
E por fim fenecer em agonia.
Meus pecados só a mim pertencem.
Não caberás a ti julga-los, já que não o sentes.
Enfrentei tantos perigos, subi montanhas e me afoguei em mares.
Onde estavas tu em minha solidão, que não me alcançastes?
Deixo-te então à mercê de tua vil curiosidade.
Viro-te as costas, bato meus calcanhares,
Meus sapatos não conseguirás calçar, e meu caminhar não podeis seguir.
Ao alto elevarei meus olhos em desconfiança e temor.
Por não saber o que ao meu fim de lá há de vir.
Meu nome é esperança, ainda criança, cri no amor.
Porém, parto sem essa glória e, em minha memória, me deixe uma flor.