Epílogo

Não me tentes se não me conheces.

Sabeis apenas que sou humana e terna para com os que demonstram empatia.

E em perene angústia por me sondares,

Temo revelar meus recônditos lugares,

E por fim fenecer em agonia.

Meus pecados só a mim pertencem.

Não caberás a ti julga-los, já que não o sentes.

Enfrentei tantos perigos, subi montanhas e me afoguei em mares.

Onde estavas tu em minha solidão, que não me alcançastes?

Deixo-te então à mercê de tua vil curiosidade.

Viro-te as costas, bato meus calcanhares,

Meus sapatos não conseguirás calçar, e meu caminhar não podeis seguir.

Ao alto elevarei meus olhos em desconfiança e temor.

Por não saber o que ao meu fim de lá há de vir.

Meu nome é esperança, ainda criança, cri no amor.

Porém, parto sem essa glória e, em minha memória, me deixe uma flor.

Rose Paz
Enviado por Rose Paz em 14/12/2018
Reeditado em 15/12/2018
Código do texto: T6526503
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