RECANTO DOS PASSADOS

Inventariamos os farrapos dos fatos passados.

Neles, o insólito e o efêmero emergem como irmãos siameses.

Evitam sentidos e reconstruções.

Não qualificam qualquer ontem,

Não permitem interpretações.

Não passam de testemunhas mudas

Daquilo que não é mais,

Que não se faz presente,

Nem mesmo como lembrança.

Não há neles qualquer vestígio,

Qualquer forma de virtual sobrevivência.

Os farrapos dos fatos tem cheiro de morte.