A um canto
A lua cortada parece sorrir de lado
O azul escuro sem mesto oferece brilho
Bifurco-me na viagem tecida atrás de ti
Uma maranha, um muro, cerca viceja
Alinho-me no desalinho de pensar-te
fugidia ou pior: fleuma recarregada e
orbe soltaste definhando-me nas galerias
do claustro não perpassado
Retorno, volteio, o marulho da sede
reluz tiritando-me sem eco, o eco!
Do teu encontro do qual não desfruto
Ao relento fico, não guardo, tenciono
(uma explosão)
Cansei-me de mesuras, agora é tudo ou
nada, rolar escada, divinizar o mero gesto
sem intenção alguma, mas que sublima
um veleiro singrando miragem...
Ouropel dos cantos...
A lua amarela por trás do castelinho
No anverso estás e só alvoroço
O pisca-pisca natalino há pelas ruas de
casas medíocres, ausência que me dás
Sê a redentora nas dissonâncias acerbas
Inda bramidos ignotos vagam sem a
sacrossanta beijoca de prazer
Unicamente a dureza torpe dos retos passos
Sem enganos: estou arraigado nas miudezas
de um sacrário e os desenganos espichados
no pasmo do ser mortificado
O pisca-pisca era uma piscadela alba de sorrisos
No azul forte de hoje a imensidade desafiadora
tremeluz labirintos de secura...
No fundo, eu sei... Tu não vens