PENA NÃO SER O CÉU!

Radiante!...

Fizera-se aquele lume de lágrima que,

em meio ao sal da despedida,

caíra nos lábios meus juntos dos teus.

Partistes como as gaivotas!

Adornada de suas alvas asas

rumo ao céu das montanhas

e, como um sol feito fornalha,

meus olhos seguiram-te afora.

Voastes assim,

para bem longe daqui e de mim.

...talvez alcançantes um porto seguro

e não se debateras contra os muros

que te acercaras entre ilusões.

Te transformastes em meia saudade.

...a outra metade se diluíra

no labirinto extenso de um breu

a lamentar pela dor a que se pendera.

E, no céu de infindas estrelas,

transformadas em líricas poeiras,

a vida se desfizera no auge do meu eu.

***

©

Giovanni Pelluzzi

São João Del Rei, 11 de Dezembro de 2018.

Giovanni Pelluzzi
Enviado por Giovanni Pelluzzi em 11/12/2018
Reeditado em 12/12/2018
Código do texto: T6524750
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