P R E C I O S I D A D E S (143)
Que os meus versos sejam líricos
e me desvendem !... Ascendam
e -maravilha! - se acendam
quando a noite toda em círculos,
como o falar dos ventríloquos,
de ignoto brota . . . e estendam !...
Que eles sejam o reflexo
de tudo que me embriaga:
esta ânsia que me alaga,
e as exigências do sexo,
e os pensamentos sem nexo,
e aquela hora toda chaga . . .
e esses minutos todos
ferindo-me quais punhais,
e risos, lágrimas, ais,
e rios de oiro e de lodo,
e esse vago, estranho modo . . .
isso tudo . . . e mais e mais . . .