Delírios duma garrafa
Delírios duma garrafa
Nestas linhas torpes escritas
Desfaço-me em mil fragmentos
De alucinados momentos
Em que faz com que reflita
Qual a verdade em tudo?
Há resquícios do ser humano
A necessidade de ser mundano
Ou decidimos mentir, contudo
Há uma pequena esperança
De algo que não podemos prever
Quiçá algo que desejamos ver
Que nos trará alguma esperança
Mas o medo que corrompe
É intempérie das mais fortes
E não há abraço que conforte
A tormenta que vem e rompe
E em meus sonhos inebriados
E arrebol rubro é tempestade
É vinho em ferida de verdade
Dor em corpo puramente lancinado
Eis a luz que ludibria os insetos
Da incrédula definição do porvir
Há muito mais dor a sentir
Do que crença em detalhes incertos
E estas linhas ébrias definitivamente
Trazem consigo um pouco de nada
A Luz da esperança que se acaba
Sob a óptica duma garrafa dormente
Eduardo Benetti