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Perdido nos teus olhos, encontrei-me escondido
No abrigo eqüidistante das tuas pernas torneadas
Oásis num deserto, onde esvaem-se os sentidos
Premido pela sede, tão completa e sufocada
Se mesmo a seca fonte, que não brota em teu umbigo
Secando uma nascente de paixão desesperada
Sem mesmo estar atento à presença do perigo
Sufoco a verve em mim que jorra, enfim, igual cascata
Atento à tua fala, mas pensando no teu sexo
O ponto a que converge a tua imensidão de rios
No traço da sua boca de falar tão desconexo
Que sinto a me beijar, já me atando em desvarios
Mas sinto que me encontro na esquina do teu delta
Perdido na maré que a lua torna ensangüentada
O cálido recanto, a morada que me resta
A fresta donde flagro minha sede saciada
Depois de um breve adeus, pousando um beijo na minha testa
Imune aos pensamentos de que escapas sempre ilesa
Afogo a tensão, que inda persiste sob a mesa,
Sorvendo, em solidão, minha bebida mais gelada.
D.S.