As entranhas do amor

Eu te amei na madrugada,

Não havia tu, eras apenas pensamento meu

Ou eu não havia e o amor era restos de mim,

Mas nesse emaranhado de sensações

Estamos todos presos ao que pretendemos ser.

Quantos amores foram precisos até que eu te amasse?

Mas por alguma razão o tu nunca houve de fato

E eu, querendo ou não, acabei por te amar sozinho,

Colhendo as migalhas do que sobrou de mim.

Entre os amores que tive, permaneço na dor

A dor que tem sido te amar em silêncio,

No aconchego do teus braços que não tive

Estou em com os medos que não cabem mais em mim.

E nas entrelinhas de te amar, há um abismo

Que em mim não há.

Gilson Azevedo
Enviado por Gilson Azevedo em 08/12/2018
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