As entranhas do amor
Eu te amei na madrugada,
Não havia tu, eras apenas pensamento meu
Ou eu não havia e o amor era restos de mim,
Mas nesse emaranhado de sensações
Estamos todos presos ao que pretendemos ser.
Quantos amores foram precisos até que eu te amasse?
Mas por alguma razão o tu nunca houve de fato
E eu, querendo ou não, acabei por te amar sozinho,
Colhendo as migalhas do que sobrou de mim.
Entre os amores que tive, permaneço na dor
A dor que tem sido te amar em silêncio,
No aconchego do teus braços que não tive
Estou em com os medos que não cabem mais em mim.
E nas entrelinhas de te amar, há um abismo
Que em mim não há.