O ESCURECER

O ESCURECER

A noite passada,
quando o galo cantou a lua...
O lobo sentindo ciúmes
abandonou a matilha...
E foi uivar sobre a pedra sua
as sombras se esconderam
sob o medos inclusos da rua.

Os olhos pelas frestas riram...
Riram com água despencada,
sobre seresta, sobre festa.

A noite passada...
O tilintar do violão...
Chorou o choro melodioso da
sua canção.
O eco permeou o silencio
e o grito eclodiu sob o tremular
da densa escuridão.

A noite passada... Ela, há noite...
Viajou pelos marcadores do tempo
e se entregou para a lua.
Rompeu-se pela madrugada...
Logo se fez aurora, como tal...
Se vestiu com o lençol do alvorecer
e sumiu diante do dia.

Sumiu... Com a promessas que
após um dia voltará a escurecer
quem sabe para o medo, para
o amor, p'ra mim ou p'ra você...
A noite passada passou sem ferro
e se esticou somente com a energia
que seu comando comandou.

Antonio Montes
Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 08/12/2018
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