Vidro fumê
Quem será a dona desses olhos que me espiam,
Desse dizer sem falar,
Desse olhar de mistérios.
O que dizem esses olhos,
Olhos de vidro fumê.
Esse querer saber me tenta a vê o invisível
E nessa assimetria de retratos
Eu me encontro,
Me pego a fitar esse desalinho
E vejo sobre o vidro
A minha imagem distorcida.
Chegue mais perto deixa- me vê os teus olhos nus
Para que os meus medos se espantem,
Fujam de mim!
E os meus olhos
Que por tantas desconfiados foram,
Encontre os teus,
Sem mistérios, sem abismos!