Maria da rua - parte 01.
Maria da rua.
Linda!
Com o um corpo escultural
Delineado de forma abençoada
De forma sem igual
Pele suave, pele aveluda.
Bronzeada, da cor do mel,
enfeitiçada nas piscinas da vizinhança
Pelo sol escaldante do verão.
Maria da rua.
Arrancava suspiros
arrancava desejos incontestáveis.
Dos homens que a viam passar.
Maria da rua.
A tarde galopava nos cavalos
Que apareciam na rua.
Parecia uma amazona impar.
Com as rédeas nas mão e o chicote em riste.
Cabelos negros esvoaçando
Ao sabor do vento.
Maria da rua sorria.
Corria pelas quadras de seu reduto.
Indo e vindo, em galopes que fazia-a vibrar
Vizinhos, corriam ao portão.
Para a admira-la.
Para vê-la passar.
Maria da rua.
Era um mundo de felicidade.
Não fazia conta das noites nem dos dias.
Gargalhava, pulava e brincava.
Num mistério de pura magia.
Maria da rua.
Era feliz e não sabia.
Maria da rua.
Era sem igual.
Maria da rua.
Um dia adoeceu
Uma semana depois.
Maria da rua.
Morreu!
E toda rua
Entristeceu.