Itá
Eu sou fragmento corroído pelo o tempo
Sou fruto do vento que se deita sobre o mar
Sou pó formado pelas ás águas e seus eventos
Sou com o tempo e estou em qualquer lugar.
Eu sou o brilho que encanta e seduz
Sou comparado a quem tem pouco pensar
Sou cobertura quando plantam a semente
Sou nos seus olhos o protetor do olhar.
Eu sou no forte o que protege os valores
Sou nos castelos a segurança do lugar
Sou aquele que se deita em teu caminho
Sou o carinho que os teus pés vão precisar.
Eu sou o caminho solitário dos camelos
Sou o argueiro nos teus olhos a atritar
Sou o magma petrificado na historia
Sou braço forte que aperta a mão do mar.
Eu sou a casa quando o Homem era caverna
Sou a pangeia quando a terra era um só mar
Sou meteoro quando o mundo era jurássico
Sou dor profunda nos seus rins a torturar.
Eu sou gravura sou pintura sou rupestre
Sou escritos sou no mito por Platão
Sou presente nas paisagens e nas capelas
Sou arte exposta pelas as mãos do artesão.
Eu sou paleolítico que perfura o teu peito
Sou na escrita o decreto de Roseta
Sou hieróglifos na tumba do faraó
Sou cobertura sobre o seu último lar.
Eu sou o tempo quando preso na ampulheta
Sou alquimia na busca filosofal
Sou lascada sou de toque sou polida
Sou preciosa sou encanto sou fatal.
Eu sou dureza sou de guerra sou de morte
Sou o aconchego do lagarto sob o sol
Sou presa ao punho como enfeite e beleza!
Sou na cabeça do peixe que vem no anzol.
Eu sou áspera sou ligeira sou de sorte
Sou a porta no sepulcro do Senhor!
Sou na beldade refletida sobre espelho
Sou no caminho o que perturba o sonhador.
Eu sou na estrada o achado do poeta
Sou o empecilho na pena do escritor
Sou a dureza que não morre sou eterna
Sou lapidada para saber meu valor.
Eu sou na funda a morte de um gigante
Sou no cajado do Homem que abriu o mar
Sou nas feridas o remédio do leproso
Sou nos seus dedos o alivio da comichão.
Eu sou a base quando em mim bem construída
Sou o adorno na orelha a rutilar
Eu sou a pobreza e represento a realeza
Sou pedra-polmes no seu corpo a passear.