Eu, No Mundo de Sofia
Esta história não é minha,
Não é este meu lugar,
Não sou eu que aqui estou,
Não conheço quem aqui está.
Pego um trem na estação,
Onde ele vai parar?
Meus sentidos não coordeno,
Na janela irei sentar.
Pastagens e plantações,
Agora estou a enxergar,
E com ilustres passageiros,
Me vejo a conversar.
Ao meu lado está Platão,
Da caverna vem falar,
O banquete não foi bom,
Sócrates não estava lá.
Com um ar de interrogação,
Nietzsche se põe a pensar,
Se há um Deus então,
Este se propõe a matar.
Santo Agostinho vem,
Também se põe a falar,
Se existe salvação,
Está, Dele dependerá.
Hegel escutou a conversa,
Em frente a cabine pôs-se a proclamar,
As ideais iam surgindo,
Ele buscando reformular.
Descarte do corredor gritou,
“Penso, logo existo”,
Cristãos acharam um horror,
Tanta decadência de espírito.
Kant que também viajava,
Se propões a investigar,
Filosofia crítica,
Nossos limites iremos testar.
Tudo é terra, água fogo e ar,
Aristóteles falou,
Existe um algo oculto,
Se não por isso, razão de existir não há.
Deus reivindicando existência,
Apareceu por lá,
Aqui Sou quem ordena,
Parem agora de falar.
Minha cabeça ficou tonta,
E cheguei a desmaiar,
Era o Mundo de Sofia?
Despertei do meu sonhar.