Alusão
Olha para céu Carolina!
Acaso pensas que ninguém ti ver.
Quantos mistérios há em teus olhos, olhos de ressaca,
Dizem deles! Oblíquos e dissimulados!
E ainda que tu me negues, a ti mesma, traem os teus olhos.
Destes a mim o teu pente, tu querias tranças
Mas eu não sabia fazê-las, e como paga, me deste um beijo
A minha vizinha, o primeiro... A nossa estória.
Quantos mistérios por detrás do portão, e sob os teus cabelos,
Com indecifráveis segredos, quantas páginas ainda não escritas.
E no muro, quais palavras desenhastes Carolina?
O que de Bentinho há ainda em mim, são folhas amarelas,
E de resto, trago também o teu riso que se fez no espelho da penteadeira.
Eu quis atar às pontas do fim ao começo e o meu primeiro e único amor
Jaz sob a terra fria do campo santo.
E, eu, um velho casmurro, cheio de suspeitas do meu melhor amigo.
Com a minha inesquecível Capitu.
Coisas que carrego sobre os meus velhos e enfadados ombros.