Sinais
Quem haveria de perceber os teus sinais?
Um desvio no olhar, o tatear do teu próprio rosto,
A voz áspera na despedida e as palavras vazias,
E no meio de toda a tua desilusão estive eu.
Eu imóvel e nu de qualquer sentimento,
Esperando tua precisão nem que fosse por um instante,
Uma palavra precisa, o olhar nos olhos, o afago,
Ou a falta dele, um sinal de que anunciarias o meio.
A razão pela qual valeria a pena te desvendar,
A essência que não cabe na gente, sonhar,
Os desejos que anseiam realizar, sinais,
Sinais para que se entenda o que se quer.
Enquanto deslumbras com as migalhas de mim,
Penumbro com as migalhas que tens me dado,
Mas eu preciso entender os sinais,
Mesmo que anunciem o fim, precisam ser precisos.