Por que canto

A dor que nasce em meu peito. É dor que não tem jeito. É de fome que sinto. Eu que nasci sem berço, parido em chão de terra. Não tive escola nem abrigo. Vivo nas esquinas, do pão que sobra. Por que? Resposta não vem. Vivo assim. Ando pra aqui e acolá. Não tenho parada. Ando igual cachorro solto. Sou do mundo. De noite, sem luz de lampião, é a lua que ilumia meus passos ou meu canto. Cama de colchão, já ouvi dizer que existe, porém, desde que aqui caí, é o chão que acolhe meu corpo. Por quê canto, você me pergunta? Canto porque a esperança está no amanhã.