Ser Vento

Sinto-me como a brisa do verão,

O soprar da flauta em uma canção,

O vento frio que paira em uma oração,

O que esfria um coração,

Ser vento é ser calmo e as vezes turbulento,

É rasgar as folhas ou ser lento,

As vezes trazer a brisa fria ou ser calorento,

Ser permanente ou de momento,

Uma brisa de praia ou o indicador de tempestade,

Quando fala quente de verdade,

Que faz suar frio quando se esconde a verdade,

Ele nunca muda independentemente da idade,

É o mesmo som de um sibilo,

É o ar que passa pelo dedo para pedir sigilo,

Aquele que derruba lentamente um abrigo,

O respirar pesado de um inimigo,

Ser vento é lidar com obstáculos e os atravessar,

As vezes tem que contornar,

A situação ou o obstáculo tem que passar,

Pode ser que seja muito grande a ponto de se separar,

Ser vento é ser servente,

Que esfria o sangue da serpente,

O mesmo que faz doer o dente,

É assim que ele se sente?

O mesmo que indica o cheiro de morto,

Que deixa tudo torto,

Se muito forte faz um corte,

Aquele que anuncia a chegada da morte,

Sou vento e tenho todas essas qualidades,

Posso ser pra refrescar ou trazer calamidades,

Que vai embora quando encarcerado por amizades,

Não pode ser controlado por divindades,

Sou vento,

Um processo lento,

Um elemento ciumento,

Não vive de momento,

Eu tento,

Tento não me afastar,

Mas se alguém tentar me controlar,

Pela grama há de soprar,

Ah, o ar,

Que me toca e me faz assobiar,

É o mesmo que ouvir as ondas do mar,

Que vive no espaço,

Mas não tem espaço,

A fumaça de cada maço,

O calafrio de cada braço,

Que anuncia o fracasso,

Pode ser escasso,

Mas em cada caso,

É somente um silencioso abraço,

Eu me parto em montanhas rochosas,

Eu faço crescer as chamas calorosas,

Eu passo por todas as rosas,

Faço movimentar as águas de todo mar,

Sou o motivo de tudo respirar,

Infinitamente finito para se acabar,

Sou muito para se controlar,

Esse vento também leva consigo segredos diversos,

A pausa necessária para todos os versos,

Mas em sentimentos inversos,

Eu existo e não existo em todos os universos,

Ser vento é ser incontrolavelmente de volta ao lar,

Trazer a tristeza, a felicidade e as nuvens afastar,

Aquele que qualquer um quer estar,

Mas que só segue o fluxo de somente um ar,

Posso ser o que sopra areia no deserto,

Posso ser um destino incerto,

O primeiro sinal do inverno,

Que sopra até no inferno,

Ser vento é ser imprevisível,

É o amor invisível,

Que torna qualquer pássaro incrível,

O sentimento de ser invencível,

Ser vento é perder a respiração,

Precisa-se de folego para qualquer ação,

Sou o primeiro sinal de inovação,

O famoso ar de renovação,

Um ar que contorna o mesmo,

Mas pode não ser o mesmo,

E mesmo assim,

Sempre há alguém que se lembra de mim,

Ter alguém só pra mim,

E sopra a mim,

Seu perfume de jasmim,

Não importa a turbulência,

A falta de congruência,

O soprar de interferência,

Sempre deixarei o ar da minha presença,

É quase uma crença,

Pois a paixão é imensa,

Tão densa,

Intensa,

Que a gente pensa,

É uma luta entre terremoto e tufão,

Sentimento de destruição,

É somente o drama de criação,

Para fortalecer a nossa união,

Vento é o que sinto na barriga quando toco na sua boca,

O que faz meu pelo arrepiar,

É o que sopra na minha cabeça oca,

Que sopra quando me faz suar,

São elementos diferentes,

Nos fazem desse amor dois crentes,

Que destroem os obstáculos em nossas frentes,

Duas almas sorridentes,

É uma poesia que faz calar,

Que mostra que não se quer brigar,

Eu só quero os seus braços para me abrigar,

E saber que vamos superar,

Eu respiro,

É um suspiro,

Eu inspiro,

Mas não piro,

Estou ciente da vitória,

O ar de glória,

É a corrente da história,

Que sopra na minha memória,

Lembrança de momentos de felicidades,

Até os para maiores de idade,

Minha beldade,

Tenho saudade.

Corvo Cerúleo
Enviado por Corvo Cerúleo em 04/12/2018
Código do texto: T6519111
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