O Farol
Certa vez, na juventude,
A Marinha do Brasil
Me chamou para acender
Os seus faróis pelo mundo.
Lembrei-me do faroleiro Gerebita
Bebendo o sangue de Cabrea,
Em uma vingança de traição.
Mas foi com medo da solidão,
Das noites de tempestades
Ou dos dias de calmaria
Que incontinente eu disse não.
Os navios não perderam o rumo,
Mas eu, tempos depois,
Não tão depois assim,
Descobri que a solidão
Já habitava em mim.