Num canto

Num canto, só seu, ela relembra

Páginas que a vida encerra.

Por pena ou por ser preciso,

O mundo dá volta e espera.

Num canto, só seu, pondera

Se foi medo ou só princípios.

Se, pelo menos, foi sincera

Com seus proprios sacrifícios.

Até chegar a hora certa

De olhar o novo após a sesta

Revestir de verdade um sorriso.

E talvez isso se chame amor.

Se sorrir com o vento é preciso;

(Eu vou!)

Num canto, só seu, espera

Uma fuga meticular

Das coisas que o mundo espera

Sem se anular

Num canto, só seu, espera

Que a sorte possa sorir

E ao levantar com pressa

Seguir!

Até passar pela porta aberta

Se reinventar à nova meta

Revestir de verdade um sorriso;

E talvez isso se chame amor.

Se sorrir com o vento é preciso...