O Mito/ Onde estou?
Sem olha para os lados/
Quando o semáforo vos parar/
Veras o futuro/
Crianças sem quintais/
Inventando a juventude/
E perdendo a infância cedo demais/
A mulher que devia preparar/
Afobada está assaltando a mão armada/
A morte é a certeza anunciada em qualquer calçada/
Enquanto o homem usando de seu livre arbítrio/
Pensa na liberdade/
Como imoralidade/
Nos minutos que nos restam/
As nossas armas apontam para nós/
Ninguém conversa mais/
Vê-se o povo em miséria/
Dividir a fome e os gemidos/
Servindo insanamente/
Como escravos, aos deuses da vantagem/
Nas paredes da cidade/
Que cercam-se a solidão/
De tanto procurar e não identificar seu caminho/
De tanto viver a sombra da soberba, das vaidades pessoais e do egoísmo/
Na ilusão de que ter muitas coisas/
É o sentido da vida/
Vão perdendo o coração/
E tão profunda é a resenha/
Que quando se consegue lembrar o amor/
As pessoas já se perguntam/
Se algum dia ele existiu/
Tudo está tão frio/
Que as vezes penso que estou entre mortos/