Viagem abortada
Viajei cambaleante para dentro do próprio eu
Tentando tatear no escuro das raízes de minha alma
Alguma parte minha que no passado se perdeu
Encontrei alguns pedaços
Bem pouco para decifrar quem sou eu
Perdida no adormecido
No esquecimento d'alma
Gritei um grito rouco
Abafado pelo velho hábito da polidez
Da educação
Da servidão
Essa mania de se cortar em pedaços
Para se dar
De empurrar a dor para dentro
De servir a água
Mas morrer de sede
Por não se achar no direito da saciedade
O grito rouco
Entalado
Ficou assim... desafinado
Em meio ao olhar atônito
Angustiado pela própria visão
A viagem interrompida
Melhor deixar tudo como está
E voltar
É tempo de servir a água
De acender as luzes
E voltar para escuridão...
by Van Alves