Poema premiado no Prêmio Sesc de Poesia Carlos Drummond de Andrade - Edição 2018
Colocação: finalista
Brasília - Distrito Federal
mariana
no capítulo primeiro
são marcos o evangelho principia
a profecia
ante a face o mensageiro
o caminho envia
porém em minas
samarco não é evangelista
nem mensageiro nem profetista
mas prepara a via sacra
de inúmeras vidas
os rejeitos rompem barras
e a lama se estende pelo fundão
o ferro do minério
na sede doce de um rio
vale vale
senhora do carmo
nessas águas barrentas
que para o litoral descem lentas
bento bento
refugia seus filhos fieis
que trazem agora
nos gritos de seus olhos
suas moradas destruídas
de quem é a vítima
de quem é a justiça
de quem é o abalo
de quem são as vidas
complexos de alegria
no rosto barrento
lágrimas escorrem dos dedos
segurando a fotografia da mãe
enquanto os brasis
dão acenos
Colocação: finalista
Brasília - Distrito Federal
mariana
no capítulo primeiro
são marcos o evangelho principia
a profecia
ante a face o mensageiro
o caminho envia
porém em minas
samarco não é evangelista
nem mensageiro nem profetista
mas prepara a via sacra
de inúmeras vidas
os rejeitos rompem barras
e a lama se estende pelo fundão
o ferro do minério
na sede doce de um rio
vale vale
senhora do carmo
nessas águas barrentas
que para o litoral descem lentas
bento bento
refugia seus filhos fieis
que trazem agora
nos gritos de seus olhos
suas moradas destruídas
de quem é a vítima
de quem é a justiça
de quem é o abalo
de quem são as vidas
complexos de alegria
no rosto barrento
lágrimas escorrem dos dedos
segurando a fotografia da mãe
enquanto os brasis
dão acenos