Depois da curva
Depois da curva
Onde não se enxerga
Já não há mais pressa
Depois da curva
Onde está escuro
Não se sabe o rumo
Depois da curva
Onde o choro cala
Despe-se a carcaça
Depois da curva
E da dor profunda
Fica uma lacuna
Depois da curva
E dos seus açoites
Gritos não se ouve
Depois da curva
Onde já não moram
Outros se ignoram
Depois da curva
Onde não se sabe
Outros vão e partem
Depois da curva
Onde tudo espanta
Qual será a dança
Depois da curva
Onde ninguém vê
Não se pode prever.