Tu me lês

Tu me lês na madrugada,

Na cozinha, até na sala,

Mas não vês que nas palavras

Há vestígios teus que em mim estão.

Tu me lês em qualquer lugar,

Mas não entendes que te amar

Não é só uma condição,

Chega quase a ser prisão.

Tu me lês durante o dia,

E a noite é tua alegria,

Pois me apago de mim mesmo,

Sou a pessoa própria escuridão.

Tu me lês a todo momento,

Mas não sabes que lamento

Estar vivendo essa prisão,

Eu sei que não sou covarde,

Pode crer que é verdade,

Só queria conseguir te dizer não.

Gilson Azevedo
Enviado por Gilson Azevedo em 28/11/2018
Reeditado em 28/11/2018
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